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23 de fevereiro de 2013

A Juventude quer viver: Chega de violência e extermínio de jovens

A Campanha Nacional contra a Violência e o Extermínio de Jovens nasceu em maio de 2008, na 5ª Assembléia Nacional das Pastorais da Juventude. Surgiu da indignação dos jovens presentes perante os altos índices de mortes juvenis no Brasil, tanto no campo, quanto nas cidades – e busca a promoção de uma cultura de paz, onde a juventude possa viver de forma plena.

Divide-se em três eixos centrais: formação política, ações de massa e monitoramento da mídia. O primeiro eixo se volta para as discussões nos núcleos de base – onde a violência deve ser discutida e entendida como um processo: porque ela acontece? A PJ espera com isso travar um debate profundo a respeito de suas causas e conseqüências.

O segundo eixo prevê ações de massa: colocar a campanha nas ruas, divulgá-la em articulação com outros movimentos sociais. O terceiro busca denunciar e acabar com a atual espetacularização da violência promovida pela grande mídia, onde o jovem é cada vez mais exposto e a violência se torna cada vez mais lucrativa.

No Rio de Janeiro, o lançamento da Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens aconteceu durante o Fórum Social Urbano, em março de 2010, e contou com a presença de Robson Leite. A partir daí, as Pastorais das Juventudes e diversos outros movimentos sociais estão planejando algumas ações e agendas conjuntas, com destaque para o Seminário Estadual da Campanha, que será nos dias 17 e 18 de julho, e um Ato Público no Centro do Rio, dia 23 de julho, em referência a Chacina da Candelária.

Veja abaixo texto de Julio Mendes de Assis, da Equipe Nacional “A Juventude Quer Viver!” e do Instituto de Juventude Dom Luciano Mendes:

CHEGA DE VIOLÊNCIA E EXTERMÍNIO DE JOVENS


Este grito nacional quer ecoar por todos os cantos do país, pois a violência e o extermínio de jovens é realidade que não escolhe região, capital ou interior, essa realidade já está disseminada por todos os lugares, em especial que haja periferia e/ou pobreza. Ai de mim se não gritar, se gritando já está complicado! É preciso gritar mais alto, mais forte, é preciso fazer barulho, incomodar os ouvidos daqueles que no silêncio legitimam a cultura de morte que se instaurou no Brasil, pois a violência e o extermínio de jovens, em muitos estados, fazem parte da política de Segurança Pública, pois a lógica que impera é a da criminalização da Pobreza. Por isso, façamos como o poeta Tiago de Mello: “Faz escuro, mas em canto”.

A Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens também vem desconstruir as imagens negativas que são vendidas diariamente pela mídia, gostaria de comentar apenas uma:

A Juventude Brasileira é Alienada e Despolitizada


Essa Campanha vem mostrar que a juventude está cada vez mais consciente dos seus direitos e sabe muito bem reivindicar para que os mesmos sejam garantidos. Se essa campanha nasce no interior da Igreja Católica, mas especificamente nas Pastorais da Juventude, hoje já é uma ação articulada de diversas organizações para levar à sociedade o debate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, especialmente o extermínio de milhares de jovens que está acontecendo no Brasil.

A Campanha objetiva avançar na conscientização e desencadear ações que possam mudar essa realidade de morte. Essa organização e articulação demonstram como a juventude é protagonista da sua própria história. Por que será que uma campanha como essa não ganha a mídia? À que interessa se vender falsas imagens das juventudes?

O Perfil da Juventude Exterminada


De acordo com dados da ONU (2006): em cada grupo de dez jovens de 15 a 18 anos assassinados no Brasil, sete são negros. Este dado demonstra que o perfil da juventude exterminada é bem peculiar, são jovens, do sexo masculino, negros e moradores de áreas periféricas. Isto reforça tanto a questão racial histórica no Brasil quanto a discriminação das classes, ou seja, ainda temos um viés higieninsta em pleno século XXI, onde o pobre e mais especificamente o negro é associado à sujeira e à doença contagiosa, como se fosse um câncer ou uma cólera e por isso deve ser eliminado da sociedade moderna.

Desta forma tratam uma das vertentes da questão social com ações meramente repressivas, que já provaram sua não eficácia no decorrer dos últimos trinta anos, ou seja, armas e derramamento de sangue. O que precisamos é de políticas públicas para as Juventudes, que sejam de Estado e não de Governo, pois a maioria dos jovens assassinados apresenta baixa escolaridade ou nunca teve acesso à escola, emprego e moradia digna.

A Juventude Quer Viver!


Não podemos mais fechar os olhos, a boca e os ouvidos para esse clamor da juventude, precisamos nos unir a essas organizações que estão dinamizando a campanha por todo o Brasil: a Juventude Quer Viver! Mas não quer de qualquer maneira, quer uma vida digna, com qualidade, com justiça e igualdade.

Precisamos atuar na garantia dos Direitos da Juventude, que são previstos pela Constituição Federal e violados diariamente. São direitos humanos universais que devem ser denunciados toda vez que forem desrespeitados. Faça parte desse movimento, acesse o site abaixo e veja como participar.

www.juventudeemmarcha.org

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