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24 de maio de 2014

Ronaldo se diz envergonhado com problema do Brasil na preparação para Copa

Ronaldo, o autor da frase “não se constrói estádio com hospitais” agora se sente envergonhado. “É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora”, disse o integrante do Comitê Organizador.


"E de repente chega aqui é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse, são os atrasos. É uma pena. Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou o ex-jogador em entrevista à Reuters na sede de sua agência de comunicação, em São Paulo, nesta sexta-feira.

"Os estádios, de uma maneira ou outra, vão estar prontos. Agora, o legado que fica para a população mesmo as obras de infraestrutura, de mobilidade urbana, aeroportos é uma pena que tenham atrasado tanto", acrescentou.

Os preparativos do Brasil para a Copa do Mundo, que será disputada de 12 de junho a 13 de julho, têm sido problemáticos. Apenas dois dos 12 estádios ficaram prontos no prazo determinado pela Fifa, enquanto muitas obras em aeroportos e de mobilidade urbana atrasaram e outras foram abandonadas.

"Perdemos muito tempo. Os governos deveriam ter feito as coisas muito antes", disse Ronaldo, afirmando em seguida que o Mundial, ao menos, proporcionou mudanças em cidades brasileiras e citou Cuiabá, uma das 12 sedes de jogos da competição.

"Vi cidades com muitas obras... Quem sabe quantas obras assim seriam feitas em Cuiabá se não fosse a Copa do Mundo?"

"A Copa do Mundo é uma ferramenta que trouxe uma série de investimentos para o nosso país. Poderia ter sido perfeito, se fizessem tudo o que prometeram, mas isso não tem a ver com Copa do Mundo, tem a ver com os governos que prometeram e não cumpriram", acrescentou.

Segundo o ex-atacante, que foi duas vezes campeão mundial com o Brasil (1994 e 2002) e é o maior artilheiro de todas as Copas, com 15 gols em quatro participações no torneio, os investimentos com o Mundial não deveriam ser alvos de protestos.

Na Copa das Confederações de 2013, houve manifestações perto dos estádios com um grande número de pessoas que cobravam mais investimentos na saúde, educação e segurança e reclamavam do dinheiro gasto em eventos esportivos. Os protestos persistem neste ano e devem ocorrer durante a Copa.

"As pessoas olham o Mundial como o grande vilão do nosso país e não é. A gente não pode esquecer que o nosso Brasil não era essa maravilha toda antes da Copa do Mundo. Era igual ou pior", disse ele, acrescentando que há um temor entre os estrangeiros de vir ao país.

Ronaldo foi escalado em 2011 pelo então presidente do COL, Ricardo Teixeira, para o conselho de administração da entidade, numa tentativa de apaziguar as críticas à preparação do Brasil para a competição.
POR BLOG BRUNO ZEN

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