Sindicato dos metroviários rejeitou contraproposta do governo e decidiu paralisar a circulação dos trens por tempo indeterminado
Assembleia dos metroviários decide greve da categoria (Paulo Lopes/Futura Press)
Depois de viver dias caóticos com uma greve-surpresa de motoristas e cobradores de ônibus há duas semanas, São Paulo poderá ter novos transtornos nesta quinta-feira: o sindicato dos metroviários decidiu, em assembleia realizada na noite desta quarta-feira, paralisar as operações nas Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 5-Lilás por tempo indeterminado.
A categoria rejeitou a contraproposta de reajuste salarial de 8,7%, apresentada pelo governo de São Paulo em audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP) — o sindicato exige o aumento de "ao menos dois dígitos". O piso salarial da categoria é de 1.323,55 reais. A próxima assembleia foi convocada para as 17 horas desta quinta-feira.
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que os metroviários mantenham 100% da rede em operação nos horários de pico e 70% no restante do dia. A liminar prevê multa diária de R$ 100 mil ao sindicato caso os termos sejam descumpridos.
O TRT, segundo o Metrô, marcou uma audiência de conciliação entre o secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, e os sindicalistas para as 10 horas desta quarta-feira na Delegacia Regional do Trabalho, no centro. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, garantiu que, mesmo com a liminar, os metroviários não trabalharão. Isso porque a assembleia foi realizada antes de o sindicato ser formalmente notificado pelo tribunal.
Desde a manhã desta quarta, os funcionários do Metrô já anunciavam a greve em vagões e terminais.
Na última semana, o sindicato chegou a sinalizar a possibilidade de liberar as catracas em vez de paralisar a circulação de trens. A ação, entretanto, foi desautorizada pelo governo paulista.
Além do reajuste salarial, o sindicato pede plano de carreira para o pessoal da manutenção e da segurança, e a participação nos resultados (PR) de forma igualitária para todos os funcionários – atualmente, a diretoria costuma ganhar uma porcentagem maior do que os demais empregados. A carta de exigências foi entregue ao governo há dois meses e foram realizadas cinco reuniões nesse período – em nenhuma delas chegou-se a um acordo.
Os agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) também entraram em greve na noite desta quarta-feira. A categoria reivindica reajuste de 12,9% enquanto que a empresa oferece 8%. A CET informou que o rodízio de veículos estará suspenso nesta quinta.
SPTrans - A São Paulo Transporte (SPTrans) afirma que irá acionar o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) para criar três linhas especiais para atender os passageiros da Linha 3-Vermelha, que liga as zonas Oeste e Leste da Capital e é a mais cheia do sistema. As linhas irão atender os trechos entre a estação Itaquera e o Parque Dom Pedro II, no Centro, e entre esta localização e a estação Artur Alvim. Este último trecho terá ônibus circulando via Radial Leste e via Tiquatira.
site veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário