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2 de outubro de 2014

RN está com 85% de seus reservatórios em alerta

Foto/Reprodução
Mais de 85% dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte monitorados pela Secretaria Estadual de Recursos Hídricos (Semarh) estão em situação de alerta. Trocando em miúdos, 35 mananciais do total de 46 podem provocar problema no abastecimento antes do inverno de 2015, previsto para fevereiro. Para evitar esta situação, é preciso que se promova o uso controlado dos reservatórios, entretanto o Governo do Estado não tem gente para realizar a fiscalização e evitar desperdícios.


De acordo com Joana Darc Freire, coordenadora de gestão da Semarh, é necessário que a água dos reservatórios seja utilizada de forma controlada e voltada para o consumo humano, não sendo permitido o uso dos mananciais para irrigação. “Já há alguns anos a situação é crítica. Esperávamos que o inverno de 2014 revertesse o quadro, mas não choveu suficiente para isso”, atesta. Para garantir o manuseio correto das águas, é preciso que o Estado fiscalize os reservatórios para evitar o descumprimento da orientação da Semarh.

Só que o órgão responsável pela por esta fiscalização, o Instituto de Gestão de Águas (Igarn), não tem como realizar o serviço. De acordo com Elias Alves Teixeira, diretor presidente do Igarn, o instituto não possui um setor voltado especificamente para a realização dos serviços de campo que visam impedir o uso incorreto da água. O trabalho é feito de forma improvisada pelos três profissionais que também fazem coletas de amostra e análise da água. “Assim, essa fiscalização só acontece depois que recebemos denúncia, e não de forma regular”, afirma.

A Semarh confirma que, atualmente, apenas 11 reservatórios estão em situação confortável em todo o Rio Grande do Norte. “E mesmo estes, com exceção de três, precisam ter a água voltada para o consumo humano e usada de forma racional”, afirma Joana Darc. Os únicos liberados para a irrigação são a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, e os reservatórios de Umari, em Upanema, e Santa Cruz do Apodi, em Apodi. Ainda segundo confirmou a coordenadora de gestão da Secretaria de Recursos Hídricos, entre os reservatórios que têm situação mais crítica, oito estão com “volume morto” de água. 

“Isso significa que está com uma quantidade de água que se estima no momento em que se projeta o reservatório para a manutenção da vida aquática”, explicou. Joana Darc disse ainda que, neste nível, é preciso colocar as bombas dentro da própria bacia hidrográfica para a retirada da água, dado o baixo nível. Junto com esses reservatórios, há mais oito que estão com a capacidade hídrica abaixo de 10%. De acordo com Joana Darc, além da orientação para o uso controlado da água, a outra ação que a Secretaria pode executar visando a economia é o fechamento das comportas. 

Entretanto, ela mesma confirmou que somente seis do total de 46 reservatórios têm essas comportas, dos quais três já tiveram intervenção da Semarh e estão fechados desde o começo do ano passado. São eles: Passagem de Traíras, em São José do Seridó, Boqueirão de Parelhas, em Parelhas, e Carnaúba, em São João do Sabugi. “Através desta medida, conseguimos controlar o esvaziamento”.Joana Darc Freire informou também que as zonas rurais de quase todos os municípios do Rio Grande do Norte sofrem com a falta de abastecimento.

Segundo a 7ª Brigada do Exército brasileiro, responsável pelos caminhões pipa que fornecem água a estas localidades, 117 cidades estão recebendo o serviço, do total de 167 que possui o estado. Segundo a Semarh, as situações mais críticas se concentram nas regiões do Alto Oeste e Seridó. “O Agreste tem a situação mais confortável, porque é abastecido por adutoras”, corroborou Joana Darc.

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