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26 de janeiro de 2015

Contatos com animais silvestres favorecem a transmissão da raiva

Foto/Reprodução

Preocupados com a grande quantidade de visitantes no Rio Grande do Norte e a aproximação destes com animais silvestres, como os saguis, que podem transmitir a raiva aos humanos, os profissionais da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) alertam para os riscos de uma possível contaminação. Nos últimos doze meses, 41 pessoas foram agredidas pelos primatas, sendo mais de 34% destes turistas, que foram atacados quando tentavam alimentar ou interagir com os animais.

Segundo a subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap, Iraci Nestor, a preocupação é causada também pelo registro de três casos de transmissão de raiva para humanos por meio de mordedura de saguis, nos últimos sete anos no Ceará. A proximidade com o Rio Grande do Norte e o fato dos animais circularem livremente entre os dois estados aumentaram a apreensão de que ocorram notificações da doença em território potiguar.

“Como todo mamífero, eles também podem transmitir a raiva para o homem, por isso, é preciso ter cuidado redobrado com uma possível aproximação com os primatas e evitar o ato de alimentá-los, muito comum principalmente entre turistas. O contato com eles pode representar uma ameaça à vida das pessoas e também à saúde dos bichinhos, assim como os macacos-prego, que encontram todos os alimentos que precisam na natureza: frutas, insetos, lagartos, flores, cobras, entre outros”, explicou.

A maioria das agressões registrada no Hospital Giselda Trigueiro, referência no atendimento e tratamento de doenças infecto-contagiosas, é nas mãos, no momento em que a vítima tentou entregar algum alimento ao primata. E muitas são crianças, que se aproximam ainda dos saguis por curiosidade, pela aparência tranquila do bicho ou ainda para tirar fotografias.

A técnica do Programa Estadual de Controle de Raiva da Sesap, Cintia Higashi, alertou para o fato e ainda os estabelecimentos comerciais onde há presença de primatas para que oriente seus clientes sobre os riscos. Ela disse também que todo animal mamífero silvestre pode transmitir o vírus da raiva por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura.

“Há muitos estabelecimentos onde eles são tratados como animais domésticos e de fácil contato físico, que pode favorecer um ataque em casos deles se sentirem ameaçados pelo homem. Se isso acontecer, a orientação prioritária é que a vítima procure atendimento médico no Hospital Giselda Trigueiro, que é referência nesses casos, para profilaxia imediata, mesmo quem possui plano de saúde, porque a vacina contra a doença é disponibilizada pela rede pública”, afirmou.

RN registrou 250 casos em nove anos

Entre os anos de 2005 e 2014, foram registrados 250 casos de raiva em animais em todo o Rio Grande do Norte, sendo 136 deles em morcegos, 62 em bovinos e 27 em raposas. Os demais foram divididos entre cavalos, com nove notificações; cães, com oito registros; gatos, três casos; dois ovinos e um caso para asinino, suíno e um homem.

Doença infecciosa transmitida por um vírus que pode levar a pessoa à morte em quase 100% dos casos quando não há diagnóstico precoce, a raiva é transmitida por animais mamíferos, preferencialmente morcegos, cães e gatos, sendo estes os principais responsáveis pela contaminação humana.

O Jornal de Hoje
Por: Portal NCO

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