Cadela Regina, que foi achada dentro de um saco em um rio em Santa Rita do Sapucaí
"Foi muita sorte, foi um milagre." É como Rafael Ferrari, presidente da Sociedade Protetora dos Animais de Santa Rita do Sapucaí (406 km de Belo Horizonte), descreve o resgate de uma cadela vira-lata que foi colocada em um saco e jogada em um rio na cidade. O caso ocorreu no dia 24 do mês passado e a cadela só foi salva porque uma outra cadelinha, de cinco meses, alertou um casal de pescadores.
Conforme Rafael Ferrari, o salvamento da cadela ocorreu depois que o cão menor corria a latia ao lado de onde eles estavam. "Eles [casal] disseram que a cadelinha corria perto deles, latia, e voltava para a margem do rio. Se não fosse por ela, ninguém iria encontrar a outra cadela", disse.
Segundo Ferrari, os pescadores contaram que resolveram olhar para onde o animal tentava ir e, em um primeiro momento, disseram ter tido muita dificuldade de avistar a cadela, que estava apenas com a cabeça de fora do saco, em cima de uma formação barrenta, e muito enlameada.
Ainda conforme Ferrari, o casal tentou acessar o local onde o animal estava, mas não conseguiu. Em seguida, acionou a Polícia Militar. O caso foi repassado para a Guarda Municipal e para a sociedade protetora.
"Eu, quando cheguei lá, tive muita dificuldade em perceber que se tratava de um animal em razão de tanta lama. O casal teve que apontar o local usando um bambu para a gente poder enxergar onde ela estava", afirmou.
Giovana Maria/Divulgação
Cadela Regina depois que foi resgatada de rio
Segundo ele, o resgate foi difícil, demandando o uso de um sistema de rapel para o acesso ao local onde ela se encontrava.
"Era um saco para transportar café, de um plástico muito resistente e bem amarrado. A gente acredita que ela conseguiu isso [colocar a cabeça para fora] por causa de alguma fissura na extremidade desse material", afirmou.
Ferrari informou que apesar da prostração da cadela, ela não apresentava ferimentos nem sinais de maus-tratos. O animal foi levado para a sede da sociedade protetora onde passou por uma higienização. "Ela não reagia, não tentava fugir, não fazia nada", afirmou.
A cadela ganhou o nome de Regina, em homenagem à mulher do pescador. Já a cadelinha de quatro meses recebeu o nome de "Pretinha".
Adoção
O presidente da sociedade protetora informou que o caso foi revelado no Facebook e ganhou repercussão em várias partes do país.
Segundo ele, muitas pessoas entraram em contato para adotar o animal resgatado, que acabou sendo entregue a uma moradora da cidade de Pouso Alegre (384 km de Belo Horizonte).
"Pretinha", que alertou os pescadores, também foi retirada do local e adotada por uma mulher que vive na cidade de Alfenas (335 km da capital mineira). Ambas as cidades ficam no sul do Estado.
Ferrari informou que é difícil apurar quem teria jogado o animal no rio.
"Não temos condição de saber quem poderia ter feito isso. É muito complicado. Não temos um fio para começar a procurar. Depois da repercussão, não apareceu ninguém que dissesse ter testemunhado a ação", disse o dirigente. Segundo ele, o caso não está sendo investigado pela polícia.
Blog Do Falcão
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