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9 de agosto de 2016

Saiba quais as doenças podemos contrair dos animais de estimação


Foto/Reprodução

Depois de uma mulher de 70 anos ter ficado 30 dias hospitalizada após ter contraído uma bactéria por uma lambida de um cão no Reino Unido, a preocupação sobre quais doenças podem ser transmitidas por animais de estimação voltou à tona.

Para que você fique alerta fizemos uma lista com as principais doenças, como raiva, toxoplasmose, micoses, parasitas, entre outros. Entre as pessoas com maior risco de serem infectadas estão crianças, idosos e pessoas com o sistema imunológico comprometido, como portadores do HIV, pessoas em tratamento com quimioterapia e que vivem em ambientes fechados com aglomerações.

Mas, calma, não precisa ficar assustado. É só tomar cuidado com vacinas ou certos hábitos para reduzir os riscos de infecção.

Segundo Gustavo Johanson, infectologista do Hospital Albert Einstein, a mordida de outro ser humano é mais infecciosa que a de um cão ou gato. “É quase 100% de chance porque as bactérias do ser humano são as mais adaptadas nos humanos”, diz.

Raiva

Em 99% dos casos, os cães são os transmissores da raiva, diz Johanson. A doença pode passar para o ser humano tanto pela mordida quanto pela arranhadura. A veterinária Ana Silvia Dagnone, professora do Centro Universitário Central Paulista (UNICEP), alerta que quando se chega na fase sintomática da raiva, ela é rapidamente fatal para seres humanos e animais. “Há raríssimos casos no mundo em que se registrou a cura da raiva”, diz. Por isso, é imprescindível a prevenção, com a vacinação dos animais.

Há dois tipos de doença, com sintomas diferentes. Na raiva paralítica, o animal pode ficar mais quieto que de costume, apático. Na forma raivosa, fica agressivo (rosna mostrando os dentes), evita beber água (tem espasmos dolorosos na faringe quando ingere líquido), e por isso pode salivar mais. A raiva só atinge mamíferos e pode ocorrer quando o cão briga e morde morcegos (hematófagos ou frugívoros) infectados ou é picado por morcegos hematófagos ou pelo contato com outros animais infectados. É uma situação, rara, mas mesmo um gato de apartamento pode ter contato com um morcego.

Toxoplasmose

“Os gatos transmitem pelas fezes o oocisto do protozoário Toxoplasma gondii, mas apenas em um curto período. Além disso, é na maioria das vezes, transmitida por filhotes ou gatos doentes”. Ela explica que o contato com os oocistos das fezes de gatos doentes, geralmente ocorre por meio de alimentos contaminados e areia de caixas sanitárias, parques infantis ou água de lavar alimentos.

Como na maioria das vezes a doença é assintomática, podemos ter tido toxoplasmose e nem sabemos. Assim, quando baixa a imunidade por algum motivo, a toxoplasmose pode recrudescer e provocar sinais neurológicos e até cegueira. Quando a doença é adquirida por mulheres grávidas, pode levar à morte do feto, a malformações fetais e até microcefalia.

Johanson explica que é prudente que pessoas em condições de maior risco não entrem em ambientes com gatos, pois o ambiente pode estar contaminado sem que seja possível ver, em nível microscópico. Para quem tem ou cuida dos gatos, porém, a dica é limpar as fezes todos os dias, pois os oocistos fecais demoram alguns dias para se desenvolver a ponto de se tornarem infectantes.

Nos animais, a doença raramente apresenta sintomas e, para contrair o protozoário, o gato precisa ingerir carne de rato ou de pombos infectados, o que faz a doença ocorrer mais em gatos que têm acesso a quintais e à rua.

Já para a veterinária Ana Silvia, a culpa quase nunca é dos felinos. Visto que a fase de eliminação de oocistos nas fezes dos gatos infectados é bastante curta e as fezes necessitam de algumas horas e dias em tempo, temperatura e umidade favorável para amadurecer e se tornarem infectantes aos seres humanos.

Doença da arranhadura do gato

O gato é o único animal que enterra suas fezes, assim, suas unhas costumam ficar sujas de terra ou areia e fezes, e isto já torna este ambiente bastante contaminado. Mas, também existe uma bactéria que pode infectar gatos sistematicamente e ser eliminada em secreções dos felinos, chamada Bartonella henselae. Mesmo que o gato tenha apenas tocado a unha em você, sem arranhar profundamente, ela pode transmitir a bactéria por microfissuras não perceptíveis. A doença causa febre e aumento dos gânglios (ou linfonodos) próximo ao local onde o gato arranhou. Por exemplo, se foi perto do rosto, os gânglios do pescoço vão aumentar.

O maior problema dessa doença, segundo Johanson, é o estresse que o doente passa, pois o diagnóstico dela é similar ao do câncer no sistema linfático. É necessário fazer uma biópsia para descobrir de qual das doenças se trata.

Infecções

Entre os animais domésticos, a mordida do gato é a mais capaz de causar infecções mais profundas por terem os dentes mais finos. Pode ultrapassar a derme e chegar ao tecido subcutâneo, causando um tipo de celulite.

Nos cachorros, além da Capnocytophaga canimorsus, que causou a infecção na britânica, a bactéria Pasteurella multocida faz parte da microbiota da boca dos cães e é responsável por infecções subcutâneas.

Parasitoses

Cães e gatos podem trazer da rua pulgas e carrapatos, que habitam locais quentes e úmidos e estão em todos lugares, até nas calçadas. “A pulga é um inseto que sobreviver até um ano sem se alimentar”, diz o médico. Há diversas doenças que também podem ser transmitidas pela picada destes artrópodes, como a febre maculosa, transmitida pelo carrapato estrela, com febre alta e risco à vida.

A sarna também é considerada uma parasitose. Existem dois tipos de sarna nos cães e ambas deixam a pele em carne viva em seu estágio avançado, explica Ana Sílvia. Uma pode infectar os seres humanos e outra, não.

O protozoário Giardia sp e os helmintos causadores da ancilostomiase e toxocariase podem ser adquiridos pela ingestão de alimentos contaminados por fezes contendo esses parasitas. A Giardia causa diarreia.

Ancylostoma e Toxocara são vermes (helmintos intestinais) de cães e gatos. Estes vermes soltam ovos nas fezes. Depois, esses ovos se transformam e viram larvas, que no ser humano é chamada de migração errática larvaria, a larva migrans.

A larva migrans, também chamada de bicho geográfico, transmitida pelo Ancilostoma canis, é adquirida pelo contato da pele com fezes de cães parasitados. É comum a aquisição quando as pessoas vão a praias frequentadas por cachorros e se deitam sobre a areia sem proteção. “O parasita consegue penetrar a pele, mas não tem maquinário enzimático para se aprofundar e fica ‘vagando’ pelo subcutâneo, deixando um rastro e uma coceira forte”, diz Johanson.

Dermatoses e dermatofitoses

Os pelos dos cachorros e gatos, além de poder causar alergias na pele e no sistema respiratório, podem transmitir fungos e causar micoses. A dermatofitose, ou micose cutânea, mais comum nos gatos, é causada principalmente pelo fungo Microsporum canis e causa lesões superficiais na pele humana, mas é de tratamento simples.

Uma doença que era rara e que está se tornando preocupante nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro é a esporotricose, um tipo de micose profunda causada por um fungo, o Sporothrix schenckii, e que deixa feridas na pele.

Pneumonia

Os pássaros também possuem sua própria microbiota e, a calopsita, por exemplo, tem a bactéria Chlamydia psittaci, que causa pneumonia. “Recomenda-se que não se beije o biquinho nem se coloque comida na boca para o pássaro pegar, como alguns fazem”, diz o infectologista. Segundo ele, a pneumonia pode ser branda ou grave, podendo levar até à morte dependendo do caso.

Fonte: Uol
Por: Nova Cruz Oficial

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