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25 de março de 2018

Calor, insônia e falta de memória? Pode ser o início da menopausa


Foto/Reprodução

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) define menopausa como a data da última menstruação, quando os ovários deixam de fabricar o principal hormônio feminino, chamado estrógeno. Trata-se de um diagnóstico retrospectivo, ou seja, uma mulher está em menopausa após 1 ano sem menstruar. Antes disso, existe o período chamado de perimenopausa ou climatério

Cerca de 70% das mulheres atingem a menopausa espontânea ao redor dos 50 anos, mas os sintomas podem aparecer antes disto, por volta dos 40 anos. Esta é a menopausa precoce. Ela acontece principalmente em mulheres com mãe ou irmãs que passaram pelo mesmo problema, mas também pode surgir devido a fatores como fumo, retirada do útero e dos ovários e uso de tratamentos como radioterapia e quimioterapia. Nestes casos, a terapia de reposição hormonal é o mais indicado, feito através do uso de medicamentos à base do hormônio estrogênio, responsável por regular o ciclo menstrual e prevenir complicações como osteoporose e doenças cardíacas, que são mais frequentes em mulheres com menopausa precoce

De acordo com a médica endocrinologista e metabologista da SBEM Tassiane Alvarenga, o climatério pode ser acompanhado de sintomas como ondas de calor, insônia, depressão, variação de humor, falta de memória, ressecamento vaginal, ganho de peso e diminuição da libido. "Com o tempo, as mulheres também começam a perder, com maior rapidez, o cálcio dos ossos, além de se tornarem mais sujeitas a doenças do coração e doenças degenerativas do sistema nervoso, como o Mal de Alzheimer", explica a médica

O tratamento pode ser feito com reposição hormonal, mas não necessariamente. A endocrinologista destaca que "o tratamento deve ser individualizado e de acordo com a sintomatologia de cada mulher". A SBEM indica a reposição quando o principal objetivo for aliviar os sintomas da menopausa, preservar a saúde dos ossos e da pele, melhorar o bem-estar geral e a sexualidade da mulher

A própria Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia aponta algumas contra-indicações ao tratamento hormonal. Entre elas, estão a presença de tumores que dependam de estrogênios, como os de mama e endométrio, tromboembolismo agudo (obstrução de um vaso sanguíneo por um coágulo) ou tendência para a trombofilia, lesões do endométrio e doenças do fígado

Muitas mulheres evitam o tratamento por medo de engordar. A vida depois da menopausa está associada a um aumento de casos de obesidade. Entre as mulheres que passam por esta fase, 44% estão acima do peso e 23% são obesas. Mas existem muitos fatores que contribuem para o ganho de peso. Entre eles, a diminuição da velocidade do metabolismo, sedentarismo e aumento da ingestão de comida

A endocrinologista Tassiane Alvarenga destaca que o tratamento em si não engorda, o que acontece é que alguns tipos de progesterona usados podem levar à retenção de líquido. A menopausa muitas vezes é acompanhada de ganho de peso pela redução da velocidade do metabolismo e pelo gasto energético. Ansiedade e as oscilações de humor podem despertar fome e gula, principalmente o desejo de comer doces. Soma-se a isso a falta de ânimo para praticar atividades físicas. "Devemos, também, orientar as mulheres a terem um estilo de vida mais saudável, sem tabagismo, com alimentação adequada, rica em cálcio e pobre em gorduras, e atividade física regular; pois isto é importantíssimo principalmente nas mulheres após a menopausa", orienta Tassiane

R7/Portal Nco

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