“Da mesma forma que se vendem armas e drogas, há aqueles que “comercializam” e exploram pessoas”, diz o Perito em Análise Criminal
Nem sempre o tráfico de pessoas ocorre de forma forçada. Na maior parte das vezes, o crime começa com a promessa de realização de um sonho: um pedido de casamento que pode mudar a vida de mulheres, a oferta de um emprego ou a chance de seguir a carreira de modelo ou de jogador de futebol. Só quando o sonho vira pesadelo é que as vítimas percebem que foram alvos de aliciadores.
“Da mesma forma que se vendem armas e drogas, há aqueles que “comercializam” e exploram pessoas. O tráfico humano representa a 3ª maior fonte de lucro do crime organizado, atrás somente do tráfico de drogas e armas”, explica o Perito em Análise Criminal.
O tráfico humano inclui: exploração sexual infantil e de mulheres, exploração do trabalho infantil, tráfico de órgãos, adoções ilegais, e incluído em tudo isso existem algumas sub-atividades de redes criminosas que se ocupam da falsificação de documentos e outros tipos de fraudes utilizadas para o desenvolvimento de todas as atividades ilícitas, como por exemplo, no caso de tráfico de crianças para adoção ilegal.
O Tráfico de Seres Humanos constitui uma das formas mais graves de violação dos direitos humanos. É um fenómeno complexo, na maioria dos casos transnacional, de natureza oculta e em permanente mudança. Na sua base está o crime organizado, as questões de género, as vulnerabilidades e fragilidades das populações exploradas.
Rildo comenta que a intensificação desse tipo de tráfico tem sido facilitado muitas vezes também por fronteiras mal policiadas e se tornou uma atividade altamente lucrativa. “A descapitalização do crime organizado ou seja atingir o poder econômico das organizações criminosas para reprimir todas estas atividades ilícitas, representa sem duvidas uma importante solução na repressão á este tipo de prática criminosa, pois o lucro dessa “máfia” é impressionante”, explica o Perito.
Rildo atualmente trabalha em 2 casos que protocolou na Policia Federal e explica como é o processo, “São 2 casos que foram considerados desaparecimentos mas que pelo tipo de detalhes apurados apresentam claros sinais de tráfico de crianças com a finalidade de adoção ilegal: são os casos de Nicolas Naitz (Estado de Rondônia) e do menino Flavinho (Mato Grosso). Em ambos os casos foi feita uma análise e logo o registro e protocolo no PLID (Programa de Localização e Identificação de Desaparecidos) e no Departamento de Policia Federal, explicou Silveira.
Registro dos dois casos
O Perito fala sobre os meios de prevenção e conscientização sobre esta prática criminosa que hoje em dia é infiltrada de maneira silenciosa também na internet:
1) Suspeite e desconfie de qualquer proposta generosa de emprego com altos salários, tanto em países estrangeiros ou mesmo fora do seu local de residência no Brasil
2) Desconfiem totalmente de promessa repentina de êxito como modelo ou jogador de futebol no exterior ou mesmo no Brasil (e isso acontece com frequência: as vítimas são aliciadas manipuladas e enganadas por falsos e supostos empresários e acabam caindo nas armadilhas desses criminosos. Hoje isso é mais evidente pois os criminosos fazem uso também das redes sociais.
Rildo ressalta o excelente trabalho em conjunto entre a Policia Federal e Civil, “Em relação ao enfrentamento ao tráfico humano é meu dever ressaltar os excelentes trabalhos feitos pela Policia Federal e Policia Civil no Estado do RJ com as prisões de criminosos e quadrilhas envolvidas com exploração sexual infantil, assim como é preciso lembrar do trabalho em conjunto que a mesma PF e PC fizeram na operação luz da infância que levou a prisão de muitos exploradores de menores” fala o Perito. (Veja aqui)
Rildo finaliza falando sobre a parceria com Joaquim E. Saude, responsável no Instituto de Comunicação Social de Moçambique, “Estou pessoalmente empenhado em importantes parcerias com instituições internacionais de países como Moçambique que representa sem dúvidas uma das realidades mais atingidas pelo tráfico humano. Eu e meu amigo Joaquim de Moçambique, estamos preparando um importante trabalho internacional social e voluntário sobre o enfrentamento ao tráfico humano. Tudo isso é feito com as intenções de divulgar, criar e implantar novos projetos sobre a conscientização, a prevenção e o enfrentamento ao tráfico humano em lugares onde tem total desconhecimento dos perigos e as consequências desta prática criminosa. Além disso, outro importante objetivo dessa importante parceria é mostrar a verdadeira realidade desse crime que além de atingir países e sociedades desestruturadas como muitos países africanos e asiáticos é também uma triste realidade que existe no nosso Brasil”, concluiu o Perito.
Quem é Rildo Silveira?
Seu currículo é extenso: Perito em Análise Criminal – Crimes contra Crianças e Adolescentes e Violência Doméstica cadastrado no Serviço de Perícias Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Cadastrado na AJG – Unidade responsável: 32a Vara Federal do RJ.
Perito em Computação Forense e Perícia Digital da APECOF
(Associação dos Peritos em Computação Forense)
Perito em Investigações de Crimes de Pedofilia da RETEM IP
(Organização feita por Policiais Civis e Militares do Governo Estado de São Paulo)
Área de atuação: Perícias e Investigações de Crimes contra Crianças e Adolescentes (Abuso sexual infantil – Pedofilia – Exploração Sexual Infantil) – Tráfico de Pessoas – Violência Doméstica
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