3 de abril de 2013

Desgaste de Rosalba pode levar Garibaldi a disputar novamente


O ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, só aceitará discutir sua candidatura a governador do Rio Grande do Norte se a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) não conseguir se recuperar do desgaste administrativo. É isto que o auxiliar da presidente Dilma Rousseff para assuntos de previdência tem revelado para pessoas próximas.
Garibaldi, que já governou o estado por duas ocasiões e está no terceiro mandato de senador da República, assiste com tristeza o definhamento do governo Rosalba Ciarlini, que não tem conseguido ter criatividade e inovação na gestão do estado. Problemas nas áreas de segurança pública, saúde e agricultura estão desgastando o governo perante a opinião pública.
Pesquisa Consult divulgada no começo deste ano mostrou que Rosalba tem a gestão desaprovada por mais de 70% dos norte-rio-grandenses. Em Natal, a rejeição à governadora ultrapassa a marca dos 80%. Nos últimos dias, em vez de melhora, as notícias apontam para uma degeneração total do sistema público estadual, especialmente no setor de saúde e segurança pública.
Na saúde, a crise na pediatria estadual tem levado à morte centenas de crianças no Estado. Na última semana, a morte de um bebê recém-nascido, por falta de UTI neonatal, em Mossoró, terra da governadora, chocou os potiguares. As notícias que vêm do interior do estado dão conta de que o outro sem número de pessoas têm tido pernas ou braços amputados por falta de um equipamento de exame que custa R$ 2 milhões. “Quanto essas pessoas vão gerar de despesas para o Estado? Muito mais que esses R$ 2 milhões”, conta o deputado Tomba Farias (PSB).
Ele disse que desembolsou cerca de R$ 9 mil recentemente para que três pessoas realizassem o exame, que custa, em média, R$ 3 mil. “Das três pessoas que fizeram o exame, duas não precisaram amputar as pernas. Muitas pessoas estão tendo as pernas amputadas porque o estado não está fornecendo o exame”, denuncia.
A insegurança pública também choca Tomba. “Só na minha cidade, mataram cinco este fim de semana”. Por ano, cerca de mil pessoas morrem assassinadas no Rio Grande do Norte. A maioria, jovens, do sexo masculino, por envolvimento com o tráfico de drogas. Enquanto isso, falam políticas públicas junto à juventude e as escolas estão longe de formarem dignamente cidadãos conscientes e educados.
Neste cenário, partidos de oposição ao governo Rosalba Ciarlini já se movimentam objetivando formar uma chapa competitiva que retire o comando do Estado do grupo que atualmente governa. A deputada federal Fátima Bezerra, do PT, disse ontem ao Jornal de Hoje que a legenda irá discutir com os aliados a formação de uma chapa em que o PT deverá participar.
Fátima cobrou do PMDB, aliado nacional, uma tomada de posição em relação ao governo do Estado. A parlamentar disse que respeita, mas discorda da posição do PMDB, de manter aliado do governo do DEM. “Seria muito bom que o PMDB rompesse com o governo do DEM e viesse se somar com os partidos que hoje estão na oposição a Rosalba”, defendeu.
Na verdade, caso rompesse com Rosalba, o quadro eleitoral no Rio Grande do Norte se definiria, com a chapa da presidente Dilma Rousseff sendo formada pelo PMDB e pelo PT. Em Brasília, discutem-se algumas formatações. A mais clássica diz respeito a uma candidatura do ministro Garibaldi a governador, tendo como candidata ao Senado a deputada Fátima Bezerra. Caberia aos demais partidos da aliança – PSD, PSB, PDT e PC do B – indicarem o candidato a vice-governador.
Outra formatação, esta sendo trabalhada por ora apenas em nível de Rio Grande do Norte, aponta para uma chapa que teria o atual vice-governador, Robinson Faria (PSD), candidato a governadora, com Fátima para o Senado e o PMDB indicando o vice, que poderá ser o atual líder do partido na Assembleia, o deputado estadual Walter Alves.
Esta chapa se justificaria porque Garibaldi tem revelado não ter interesse na disputa do governo. Neste caso, ele hipotecaria seu apoio à chapa, indicando o filho para vice-governador. Robinson, por sua vez, está em campanha para governador desde que rompeu com Rosalba em outubro de 2011.
Quanto a Rosalba, a governadora tem alguns trunfos nas mãos. Se conseguir se recuperar, ela poderá sonhar com a reeleição. Para tanto, espera ter o apoio do PMDB, do PR e do PMN. Neste caso, a chapa seria Rosalba candidata à reeleição, o deputado federal, presidente do PR, candidato ao Senado. O presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, seria candidato a vice-governador.
Regional Online 

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