17 de outubro de 2013

683 mil pessoas são afetadas pela "fome" em toda a Paraíba; Veja os dados

Na Paraíba, 683.457 mil pessoas estão em situação de insegurança alimentar e não têm condições de fazer todas as refeições diariamente.

O número é uma estimativa do Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Paraíba (Consea-PB) e foi divulgado ontem, data em que foi lembrado o 'Dia Mundial da Alimentação'. Outro dado que reforça essa triste realidade são os números da última Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (Pnad) 2012 divulgados no mês passado. O estudo revela que 25 mil famílias do Estado viviam, até o ano passado, sem renda mensal.

O número apresentado pelo Consea-PB corresponde a 17,46% da população do Estado, sendo 7% deste total em situação de insegurança alimentar considerada grave.

“Os grupos mais vulneráveis são os quilombolas, indígenas, moradores de rua, ciganos e as vítimas da seca, no semi-árido. São pessoas que não têm alimentos todos os dias e quando têm, esse alimento não é de qualidade”, informou o presidente do Conselho, Arimatéia França. Segundo ele, também fazem parte deste grupo vulnerável as pessoas que moram nas periferias das médias e grandes cidades da Paraíba.

Moradora da comunidade do Timbó, Rosa Lourdes de Oliveira afirma que a mesa da família nem sempre está farta e é insuficiente para alimentar as duas filhas e duas netas que moram com ela. “Já passei muita fome e ainda vivo com minhas filhas e minhas netas sem condições de comprar comida. Ainda estou lutando para me aposentar e minhas filhas não têm renda certa. Dinheiro mesmo, só temos o Bolsa Família de minha neta mais velha”, lamentou.

Para garantir alimento em casa, a família de dona Rosa é uma das centenas de famílias contempladas em João Pessoa com a distribuição semanal de mais de 40 toneladas de alimentos, distribuídos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedes). Os alimentos, arrecadados em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na Paraíba, são distribuídos em mais de 30 bairros da capital.

“Os alimentos, incluindo frutas, verduras e raízes, são comprados de agricultores da região polarizada de João Pessoa. E esse trabalho é contínuo com o objetivo de fortalecer a segurança alimentar. Além dessa política, estamos trabalhando com Cozinhas Comunitárias, com cinco unidades em João Pessoa, e os restaurantes populares. Vamos retomar as obras do restaurante de Mangabeira e inaugurar em dezembro”, explicou o prefeito da capital, Luciano Cartaxo.
FOLHA DO SERTÃO

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