As recordações das dificuldades de 2012 ainda estão vivas na memória de Manoel Marinho Filho, agricultor de 79 anos, quando ele começou a preparar a terra para plantar no início do ano passado.
Apesar de ver os açudes secarem, o gado morrer de fome nas terras vizinhas e a paisagem insistir em evitar o verde, ele juntou o pouco dinheiro que tinha, acordou antes do sol raiar durante vários dias e foi dedicar-se ao ofício que faz parte de sua vida desde os cinco anos.
Apesar da fé e esperança de que o céu podia oferecer a resposta que estava esperando há tanto tempo, o ano de 2013 só reforçou o cenário seco e a angústia que só a estiagem é capaz de proporcionar.
Morador do Sítio Campo de Boi, zona rural de Campina Grande, o agricultor não viu nascer quase nada do chão.
“Perdi praticamente tudo. Mais uma vez. Porque no ano passado foi do mesmo jeito. Plantei milho, fava, feijão, mas não teve como nem retirar o que gastei para plantar. Só uma parte de todo o roçado foi que deu alguma coisa, mas nada que desse para vender. O que saiu, coloquei dentro de casa, porque nem para dar ao gado eu pude. Tive que comprar ração com o dinheiro da minha aposentadoria, se não todos iam morrer de fome”, testemunhou Manoel Marinho, que teme um 2014 também seco.
@folhadosertao
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