Foto: Rodrigo Trindade/Terra
Durante 12 dias, Natal, no Rio Grande do Norte, deixou de ser conhecida apenas pelas belas paisagens e as praias de águas quentes que encantam turistas. Os olhos do mundo se voltaram para a capital potiguar, que recebeu quatro jogos da Copa do Mundo. Mas passada a última partida, aos poucos, a vida da cidade volta ao normal. Apontado como o maior legado, as obras de mobilidade foram entregues incompletas para a população.
As duas principais avenidas da cidade, Salgado Filho e Prudente de Morais, estão no perímetro da Arena das Dunas e receberam as obras mais impactantes. As construções, que durante meses provocaram congestionamentos e mudanças constantes no trânsito, estão previstas para serem concluídas até o dia 10 de julho. “O complexo viário Dom Eugênio Sales já está liberado. Os quatro túneis e um viaduto já estão sendo usados pela população. As duas passarelas serão finalizadas no dia 10, juntamente com o viaduto da avenida Salgado Filho e os túneis das avenidas Raimundo Chaves e Capitão-Mor Gouveia”, explicou o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, Tomáz Neto.
A partir de agora, os operários voltam a trabalhar em regime intensivo. Se durante os dias de evento pouco se progrediu, a expectativa é que as construtoras montem três turnos de serviço. “Não haverá aumento de custos e nem prorrogação de prazo de entrega. O nosso contrato para estas obras é até setembro”, reforçou Tomáz.
No total, o investimento nas obras é de R$ 300 milhões, valor que inclui também grandes serviços de drenagem e saneamento. Os efeitos das obras já foram percebidos na cidade durante a Copa. “As últimas chuvas inundaram apenas os túneis que não foram concluídos e causaram um problema sério em Mãe Luiza. As chuvas alcançaram 342 milímetros em apenas 36 horas, coisa que não aconteceu em Natal nos últimos 150 anos”, frisou.
As fortes chuvas, inclusive foram apontadas como razão para a redução do ritmo de trabalho. Em função disso, a conclusão da Avenida Mor-Gouveia a única construção que será concluída no dia 30 de julho.
Um balanço feito pela prefeitura apontou que os turistas movimentaram mais de R$ 320 milhões na economia local. No período de 12 a 24 de junho, cerca de 173 mil circularam pelo Rio Grande do Norte, o que representa metade do número de visitantes registrado na alta estação (nos meses de janeiro e fevereiro). “Os impactos turísticos reais nós só podemos mensurar na próxima alta estação. Mas os números registrados nos países que receberam as últimas Copas são altíssimos”, avaliou o secretario de Turismo de Natal, Fernando Bezerril.
Arena das Dunas
Apontado como um dos estádios mais bonitos desta Copa, a Arena das Dunas assumirá após o Mundial o caráter multiuso. A OAS, empresa contratada por meio de uma parceria público-privada, terá pelos próximos 20 anos concessão para utilização do espaço, como forma de reaver o investimento, que foi de R$ 423 milhões.
Além de shows e eventos, a Arena poderá reformar restaurantes e torná-los permanentes. Também há espaço até para a implantação de uma academia, mas nada ainda foi confirmado. O espaço voltado para festas foi criado para receber um grande público, variando de 40 até 200 mil pessoas.
O estádio foi inaugurado em janeiro de 2014 e tem capacidade para 42.024 pessoas. O custo manutenção da estrutura deverá ser um problema, uma vez que a média de público durante os jogos dos times locais tem sido de 6.500 pessoas, bem abaixo dos mais de 14 mil presentes que participaram dos jogos da Série A do Campeonato Brasileiro de 2013. Os principais times, América e ABC, disputam hoje a Série B.
Durante o período de concessão, metade dos lucros fica com a administradora do estádio e o restante vai para o governo do Estado.
Terra
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