30 de outubro de 2014

Presidente da FNF admite preconceito com futebol do RN e vê Arena como saída

José Vanildo comemora exposição a partir das novas arenas (Foto: Alberto Leandro)

A chegada dos clubes potiguares entre os oito melhores da Copa do Brasil foi uma conquista inédita. Classificados até às quartas de final da competição, a passagem dos dois clubes para a fase chegaram a despertar certo incômodo entre alguns jornalistas das região Sudeste, em especial, pelo fato de clubes como Vasco e Fluminense terem ficado pelo caminho na competição em confronto direto com ABC e América, respectivamente.

O fato, segundo o presidente da Federação Norte-Riograndense de Futebol (FNF), José Vanildo, é fruto de um preconceito com o futebol da região Nordeste. O feito inédito da dupla potiguar ofereceu uma projeção “incomensurável” aos clubes e ao futebol do estado. “Nunca existiu a participação de dois clubes do RN deste tamanho”, afirmou.

Segundo ele, o tratamento diferenciado com estados do Norte e Nordeste é cultural, alimentado muitas vezes, por parte da imprensa dos grandes centros. A Copa do Mundo, especialmente quando se fala em futebol, serviu como ferramenta para fomentar a redução das desigualdades e da promoção da autoestima dos clubes e de seus torcedores.

“Culturalmente, o futebol, como nas relações federativas, os estados do Norte e Nordeste tem tratamento pouco positivo, por parte da imprensa do Sul e Sudeste. Isso não é novo, mas agora é indiscutível que isso vem se modificando. Se observar, a Copa do Mundo, haverá de ser um marco definitivo por reduzir essas diferenças no futebol brasileiro”, garante.

Vanildo exaltou o fato de a região ter construído quatro estádios de nível internacional e que tem motivado, inclusive, públicos maiores, não apenas em números, mas principalmente com a agregação de novos perfis de torcedores que estiveram presentes do passado, mas devido às condições dos palcos dos jogos e à segurança, acabaram se distanciando dos estádios.

“São Arena com qualidade indiscutível para a prática do futebol, que demonstra uma presença de um público maior, público novo, maior qualidade e conforto. Com isso, o fato cultural começa a se modificar pela forma como passamos a ser vistos lá fora e vamos avançando nesse reconhecimento”, pondera.

Sem levar em conta as partidas da Copa do Mundo, a Arena das Dunas foi utilizada em 20 partidas entre jogos disputados pelos times potiguares na Série B e Copa do Brasil e alcançou uma média de público superior a 10 mil pagantes. O ápice de ABC e América na Arena das Dunas, respectivamente, aconteceu com chegada às quartas.

Para o Alvirrubro com o recorde de público do estádio ao ultrapassar a marca de 30 mil pessoas na Arena. Para o ABC, a festa foi pela vitória sobre o líder da Série A, o Cruzeiro. Ambos, no entanto, não avançaram na competição.

“Tivemos ABC e América passando para o Brasil. Antes, isso não existia, pela desigualdade e desinteresse . O sentimento de amor ao clube local é diretamente proporcional ao resultado técnico das equipes, isso foi acrescido de forma visível pela Copa do Mundo pela qualidade da Arena das Dunas. Ainda temos o aumento da presença feminina e crianças. É visível. Isso é representado pela qualidade de presença, facilidade de acesso, da beleza do estádio, do conforto, das condições sanitárias, acessibilidade, é motivo de orgulho. Esse orgulho leva a valorização do patrimônio, valorização do nosso futebol”, afirmou.

Por Bruno Araújo/No Ar
Por: Portal NCO

Nenhum comentário:

Postar um comentário