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Conta a História, que na mitologia grega apareceu a figura do Deus MIDAS: tudo que ele pegava, em qualquer coisa que ele colocasse a mão, virava ouro. Como trata-se apenas de uma analogia mitológica, e nem Passa e Fica é a Grécia (ou vice-versa), eis que este sedutor e afortunado empresário passafiquense, provocou a saída do Vereador Rivaldo Terto de cima do muro. Depois de meses à fio desafiando a imaginação de todos quanto o caminho político que seguiria e jurando "AMOR ETERNO" a todos - ora com o oposicionista Orlando (PT), ora com o pseudo-oposicionista Everaldo ou ainda com o candidato do grupo de Pepeu, Leo Lisboa( PSD), finalmente a poucos dias da semana santa ele definiu-se.
A Semana Santa é uma celebração que, a exemplo do Natal, tem Jesus Cristo por figura principal. No entanto, nesse feriado, o protagonismo do enredo religioso é dividido, por contraste, com o vilão Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Cristo por 30 moedas e que por isso há dois mil anos é queimado pelos cristãos.
Desvio rápido
Faço aqui um breve desvio. Na perspectiva formal da técnica narrativa da história de Jesus, Judas cumpre uma missão singular e fundamental, que é a de conferir uma carga dramática adicional e um sentido aos eventos finais da vida do Salvador. Sem a fraqueza de Judas não haveria o a paixão e o sacrifício de Cristo, peças fundamentais para a estruturação da liturgia e teologia católica. Sem o episódio da traição, Jesus não teria como oferecer a Deus o seu martírio pela salvação dos homens.
Deixando essas ponderações de lado e voltando ao roteiro inicial do raciocínio que me fez escrever este post, fico a pensar no valor simbólico de Judas em nossa cultura atual, especialmente no campo da política, onde a traição é comum quando se leva em conta interesses próprios e os princípios são deixados de lado em troca do que no momento mais lhes convêm.
Se no plano religioso Judas encarna o repúdio ao que é vil e desonesto, no plano material da vida secular essa aversão não se incorporou, pelo menos entre nós é o que temos visto, como um valor moral de amplo espectro, capaz de atuar ativamente sobre outras esferas da vida comum. Na verdade, costumamos a ser bem tolerantes com certos vícios, alguns dos quais apelidamos carinhosamente de “jeitinho”, e assim sem se importar com a opinião publica ou daqueles que lhes deram o mandato, esses são esquecidos e a conduta ética jogada fora.
Sobre os muitos Judas que atuam no presente. Mas agora, ao traçar estas linhas, mudei de ideia. A comparação entre o apóstolo caído e os farsantes de hoje é uma injustiça com o primeiro. É que com seu ato deplorável, Judas Iscariotes acabou por contribuir, ainda que por caminhos tortos, com a consolidação da doutrina cristã, e uma vez arrependido do mal que praticou, penitenciou a si mesmo com a mais dura das penas, para o caso aqui descrito somente o tempo e o povo dará a pena merecida.
Do regional online
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