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Leandro Pagliaro é quem opera a câmera que reproduz o olhar de Santo em "Velho Chico"
Se o casamento de Olívia (Giullia Buscacio) e Miguel (Gabriel Leone) emocionou o público com a "presença" de Santo (Domingos Montagner) pelo olhar de uma câmera, "Velho Chico" ainda promete fazer os telespectadores derramarem algumas lágrimas com a união do protagonista com Tereza (Camila Pitanga). Pelo menos é o que garante o fotógrafo Leandro Pagliaro, 34, que tem representado Montagner em cena após a morte do ator.
"Preparem seus corações", avisa ele sobre a sequência que será rodada nesta quinta-feira (29), último dia de gravações da novela.
Pagliaro conta que foi a primeira vez que gravou uma cena desse tipo com tamanha intensidade, depois de uma tragédia que marcou profundamente a equipe. "Para mim foi uma bênção receber essa oportunidade. É complicado fazer parte daquilo, é uma energia à flor da pele, é muito delicado. Como não tinha áudio valendo, eu conversava com eles. Pedi permissão para o Domingos para representar o personagem dele. Sempre dava uma mentalizada e me recolhia num canto antes de gravar", conta. Reprodução/Instagram/marcospalmeiraoficial
Leandro Pagliaro com os atores Christiane Torloni e Marcos Palmeira e com o diretor Luiz Fernando Carvalho nos bastidores de "Velho Chico"No set, o fotógrafo chegou a usar um sapato mais alto para ficar na mesma altura do ator e as imagens foram feitas usando uma lente especial, refletindo mais a luz. Mas, segundo ele, foi mesmo a interação com o elenco que permitiu um resultado tão satisfatório.
"Tenho recebido muitas mensagens de parabéns e elogios. Sem modéstia, a gente tinha noção do impacto que traria a partir do momento que começou a conversar sobre a linguagem. Foi uma interação absurda junto com elenco, desde a preparação. Desde que eles começaram eu estava dentro da sala de ensaio, para registrar toda essa transformação dos atores. Isso me deixou muito próximo deles, é um elenco pequeno, vira uma família. Isso facilitou bastante", conta.
Os atores ficaram livres em cena, sem marcas, e gravaram sem ensaio. "Aquilo tudo é uma resposta sensitiva. Eu olhava pelo visor da câmera e ao mesmo tempo olhava muito além, você vai sentindo. Se fosse ensaiado não sairia daquele jeito. As cenas têm muita força, ele continua com a gente. É impossível substituir a figura do Domingos", diz.
A parceria do cinegrafista com o diretor Luiz Fernando Carvalho começou em "Suburbia", em 2012, que também marcou sua estreia na teledramaturgia. Até então, ele atuava como fotógrafo de moda. "Foi ele quem me ensinou a filmar. Eu tinha noção de enquadramento, de proporção, mas aprendi a não deixar esse vazio entre o ator e a câmera, a contar uma história sem essa barreira gigante entre humano e tecnologia", afirma.
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