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Na estreia do Documento Verdade, em setembro de 2015, a RedeTV! anunciou que a atração mostraria reportagens especiais aprofundadas sobre um único assunto. A temática de cada programa poderia abordar questões investigativas e comportamentais ou a vida em outros países. No primeiro dia, o repórter Mauro Tagliaferri mostrou a rotina na ilha de Cuba. Deu 0,9 ponto no Ibope da Grande São Paulo.
A abordagem “séria” durou pouco. De lá para cá, o foco do Documento Verdade se fixou nos assuntos, digamos, comportamentais. Levantamento feito pelo Notícias da TV aponta que, dos 25 últimos programas exibidos, 12 tiveram temáticas sexuais, todos apelando a imagens pornográficas.
A edição mais recente, do dia 23, sobre sexo tântrico e pompoarismo, deu 1,2 ponto. A reprise de um programa sobre travestis, no último dia 9, teve 1,7 _quase o triplo da média diária da emissora, que gira em torno de 0,6.
A melhor audiência já atingida pelo programa, em 11 de agosto de 2016, saciou a curiosidade do público sobre a prostituição masculina _deu 2,1 pontos. Na semana seguinte, abordou a vida de jovens modelos _e, aproveitando o gancho de Verdades Secretas, sucesso da época, falou também do book rosa. Fechou com média de 1,6.
Na “busca por boas histórias” pregada pelo Documento Verdade, cabe de tudo: de garotas que ganham a vida fazendo sexo virtual a um grupo de strippers anões, passando por uma viagem de cruzeiro em que tudo é liberado e por pessoas que têm fetiche por pés.
Mesmo quando o tema do Documento Verdade não envolve sexo, o programa opta por assuntos questionáveis: o programa de 29 de setembro tratou de canibalismo, o de 21 de novembro mostrou palhaços criminosos e, no do dia 4 de agosto, que abordou a mediunidade, a sensitiva Márcia Fernandes tentou “limpar” uma casa atormentada por espíritos há 40 anos.
Procurada, a RedeTV! defende o programa e seus conteúdos _mesmo os mais adultos.
“A direção de jornalismo da RedeTV! esclarece que o Documento Verdade adota uma linha editorial investigativa, abordando assuntos polêmicos, explorados com profundidade, credibilidade e isenção, a fim de retratar de perto a realidade. Entre os diversos temas já abordados pelas grandes reportagens, estão o modo de vida de ciganos, moradores de rua e travestis, o mundo das drogas sintéticas, as condições dos presídios brasileiros, entre tantos outros, sempre registrando bons índices de audiência. O canal ainda ressalta que o conteúdo veiculado no programa respeita a classificação indicativa de sua respectiva faixa horária”, diz a emissora em nova.
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