Foto/Reprodução
Do Portal Correio - Um bebê foi morto sufocado após a mãe, de 19 anos, ter dormido sobre ele. O caso aconteceu em 6 de janeiro na cidade de Santa Rita, na Grande João Pessoa, e teve grande repercussão em todo o estado. O pediatra Leonardo Cabral, do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), alerta que mães não devem dormir com bebês para evitar tragédias como essa.
“A primeira grande orientação a ser dada às mães que amamentam é que o façam de forma segura, preferencialmente sentada com apoio e conforto para a mãe e para o bebê, jamais deitada. Essa medida já seria importante para evitar sufocações tanto como a situação que ocorreu, como também através de regurgitações e broncoaspirações”, orientou o médico.
Leonardo ainda norteou as mães de primeira viagem sobre a necessidade de dormir com os filhos. “A indicação é que, o quanto antes, o bebê tenha o seu local próprio para dormir, seja um quarto exclusivo ou, ao menos, o seu berço. É normal que a mãe queira estar por perto por vários motivos, desde afeto, saudade, insegurança ou até mesmo para facilitar na hora da amamentação. Por isso, uma boa saída nos primeiros 60 dias seria colocar o berço ao lado da cama, desde que a mãe esteja ciente de se levantar e sentar para amamentar e que logo depois recoloque-o no berço”.
O médico deu ênfase sobre o assunto para que a prática de dormir com eles seja abolida. “Por mais prazeroso que possa aparentar que é dormir ao lado do nosso filho, sentindo o cheiro e confortando-o, devemos ter em mente que essa prática, sobretudo na primeira infância, deve ser desencoraja. Inicialmente para evitar esse tipo de incidente que ocorreu há alguns dias na cidade de Santa Rita, uma vez que o recém-nascido encontra-se totalmente indefeso devido à diferença de tamanho e peso entre ele e os pais, e, posteriormente, quando a criança é um pouco maior, ainda há documentado o prejuízo psicológico que ocorre com essas crianças que dormem sempre na cama com os pais, pois tornam-se cada vez mais dependentes e inseguras”.
O medo do bebê sofrer morte súbita também é recorrente durante a maternidade. Sobre isso, o pediatra orientou sobre a posição adequada para diminuir o risco.
“A melhor posição seria em decúbito lateral, ou seja, deitar de ladinho. Isso é possível com a ajuda de travesseiros e “rolos” colocados ao lado dos bebês, que fixam o posicionamento na cama. Porém, como as vezes isso não é possível, indicamos a posição “supina”, que seria com as costas para o berço e a face para cima. Finalizando, o que temos de consenso na literatura mundial em Pediatria é a contraindicação da posição “prona“ (barriga e face virados para baixo), uma vez que está bastante associada aos quadros de morte súbita antes dos 2 anos de idade”.
Entenda o caso
Sobre o bebê foi morto sufocado no dia 6 de janeiro, a Delegacia da Infância e Juventude de João Pessoa alegou que só o delegado do caso pode julgar se houve crime, porque “depende da situação”. No dia do acontecido, o delegado Leonardo Formiga, da delegacia de Santa Rita, disse que a jovem foi autuada e vai responder por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O bebê de quase um mês foi morto sufocado. Segundo informações da Polícia Militar, a mãe de 19 anos teria dormido sobre o bebê na madrugada do sábado (6), o que pode ter causado a morte da criança.
De acordo com a mãe, ela acordou por volta de 1h com a criança chorando. Ela disse que amamentou o bebê e em seguida dormiram juntos em uma cama de solteiro. Por volta das 5h, acordada, ela percebeu que o filho estava com sangramento no nariz e na boca. Segundo a jovem, durante depoimento à polícia, ao perceber a fatalidade, ela telefonou imediatamente para a unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Porém, quando o Samu chegou ao local, os atendentes constataram que a criança não estava mais viva. Após confirmar o óbito, a mãe telefonou para a polícia, que chegou ao local por volta das 7h. Ela foi ouvida pelo delegado Leonardo Formiga, que a conduziu para a delegacia de Santa Rita. Segundo o delegado, a jovem foi autuada e vai responder por homicídio culposo, quando não existe a intenção de matar.
A equipe de perícia da Polícia Civil foi até o local da morte, mas o laudo só deve ficar pronto em até 15 dias, a partir da data do acontecido.
Por: Nova Cruz Oficial
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