29 de maio de 2019

Emoção de família, amigos e fãs na despedida de GD em João Pessoa, PB



Foto/Reprodução

Um afago nas mãos do namorado. Por volta das 9h, a psicóloga Karoline Calheiros se direcionou ao centro da quadra do ginásio poliesportivo Ronaldo Cunha Lima, no bairro do Cristo Redentor, em João Pessoa, para ficar ao lado do cantor Gabriel Diniz. Permaneceu cerca de meia hora junto do caixão, aberto apenas na sua metade superior, recebendo abraços dos amigos e os olhares solidários dos fãs que, em fila indiana, se despediam em silêncio do sul-matogrossense, mas paraibano de coração, morto em um acidente aéreo na segunda-feira (27), em Sergipe, aos 28 anos de idade.

Em menos de meia hora, Karoline se retirou. Foi para a sala reservada onde se encontrava Ana Maria, a mãe de Gabriel Diniz, sertaneja de Cajazeiras, que não teve condições emocionais de ver o filho morto. Com o equilíbrio demonstrado no dia anterior, assim que se confirmou a tragédia no mangue do povoado Porto do Mato, em Estância, na região Sul de Sergipe, o pai voltou a falar com orgulho de GD, como o cantor era também conhecido. Apesar da tristeza do momento, ele ressaltou que a alegria demonstrada em vida pelo filho prevaleceria.

“Eu falo para os fãs que não se sintam tristes, porque o Gabriel para mim é a maior representatividade da alegria. Eu não me incomodo se as pessoas se manifestarem com alegria neste momento, de maneira alguma. A gente tem que guardar as coisas boas que ele deixou para a gente”, ressaltou Francisco Cizinato Lacerda Diniz. O pai, a mãe e a namorada de Gabriel esperavam por ele em Maceió na segunda-feira para comemorar o aniversário de 25 anos de Karoline. Uma festa que não houve.

A alegria de Gabriel Diniz era ressaltada em fotos exibidas em um telão, mas sem trilha sonora. Imagens de um rapaz de barba rala, óculos e indumentária colorida, uma reinvenção breganeja do cantor Cauby Peixoto. Com capacidade para cinco mil pessoas sentadas, o ginásio Ronaldão desta vez não tinha a música de GD para animar a multidão. Era em silêncio que as pessoas passavam por um corredor montado com grades, protegido por guardas municipais em uniforme negro.

Katiane Lima, 28 anos, chegou ao Ginásio Ronaldão às 23h30 de segunda-feira e passou a madrugada na fila de fãs que queriam dar o último adeus a Gabriel Diniz. “Fiquei sabendo pelo Instagram e não consegui trabalhar. Cheguei cedo no ginásio porque tinha que me despedir dele. A alegria dele, a música e a simplicidade é o que vão ficar pra nós. Jennifer é o que levou ele pro resto do Brasil, mas, pra mim, a música Paraquedas é a que mais representa a vida dele. Choro sempre que escuto”.

Cerca de 25 coroas de flores chegaram ao ginásio. Dos colegas de trabalho que tanto ressaltaram a despedida precoce de Gabriel Diniz, o cantor Wesley Safadão foi o primeiro a aparecer no Ronaldão. Não quis se pronunciar em público. Mateus, sertanejo que faz dupla com Kauã, também esteve presente. Espera-se que, a partir do meio-dia, as celebridades surjam. É quando o aeroporto de João Pessoa é liberado para a chegada de jatinhos particulares.

Às 10h20, a banda e o pessoal de apoio da produtora de Gabriel Diniz, todos com camisetas em detalhes em preto e dourado, fizeram um círculo em torno do caixão para uma oração coletiva. O artista sai de cena no auge, com média de 20 shows por mês e um cachê estimado em R$ 120 mil. Dinheiro embalado pelo sucesso da canção Jenifer que serviu não apenas para pagar músicos e funcionários, mas para comprar uma casa para a família, um sítio e até uma barbearia para o pai.

No centro do ginásio, cerca de 500 cadeiras estão colocadas para uma missa marcada para as 15h. Depois, por volta das 16h, em um caminhão do Corpo de Bombeiros, o caixão com a bandeira da Paraíba segue para o Cemitério Parque das Acácias. O sepultamento será acompanhado apenas por familiares e amigos.

Do OP9

Por Diario VIP

Nenhum comentário:

Postar um comentário