2 de julho de 2020

Livro fotográfico publicado por pesquisadores da UEPB apresenta riquezas do Parque Pedra da Boca


Por site UEPB

Um grupo de pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) publicou o livro fotográfico intitulado “Pedra da Boca: o parque das gigantes”. A obra, publicada pela EDUEPB, é fruto de um programa de extensão “Educação Ambiental na Pedra da Boca”, desenvolvido no Câmpus da Instituição em Araruna, financiado pelo Ministério da Educação (MEC) e realizado durante dois anos no Parque Estadual Pedra da Boca. Trata-se de um convite à sociedade para um olhar sobre a importante unidade de conservação paraibana.

A proposta do livro é apresentar as imagens captadas durante a realização dos projetos de educação ambiental, que alcançou mais de 10 mil pessoas, entre fieis da Romaria de Fátima, estudantes da rede pública da região e membros da comunidade local. O livro aborda, em uma linguagem acessível, respeitando ao máximo os dados científicos, a relação da comunidade local com a natureza, a riqueza histórica, social, geológica e biológica do lugar.


Conforme os autores, a expressão “Parque das Gigantes” se remete às “pedras gigantes” que alcançam 180 metros, como é o caso da Pedra da Boca. A imponência das rochas da unidade de conservação tem despertado diversas lendas em seus povos originários, que retratam castelos encantados, pedras gigantes que protegem plantas e animais, além de botijas e espingardas de ouro escondidas entre as pedras gigantes.

Sobre o projeto extensionista

O começo dessa história foi a instalação do Câmpus VIII da UEPB, em 2010, na cidade de Araruna. Afinal, quando um grupo de pesquisadores chega a um lugar, especialmente nos ambientes com grande potencial de pesquisa, se mobiliza toda uma expertise para estudar as questões locais. É o caso da professora Alessandra Brandão, que trabalha com temas ligados ao ensino de ciências, educação para o meio ambiente e comunicação pública da ciência.

Em 2015, a pesquisadora propôs ao Ministério da Educação (MEC), por meio da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da UEPB, um programa de extensão que visava minimizar impactos negativos no Parque Pedra da Boca, através de estratégias de comunicação e educação ambiental, dialogando, inclusive, com recomendações federais, para uso de tais estratégias nas unidades de conservação. Para a professora, o edital era uma oportunidade muito importante de contribuir com o Parque Pedra da Boca e, ao mesmo tempo, com a formação de dezenas de estudantes que participaram do projeto. Outro ponto importante previsto diz respeito à possibilidade de distribuição de renda no entorno, uma vez que os monitores, responsáveis por acompanhar os estudantes nas trilhas, deveriam ser preferencialmente do local.

Pedra da Boca

O Parque Estadual Pedra da Boca foi instituído como área de preservação no ano 2000, com o intuito de proteger um conjunto rochoso com geoformas únicas, que têm sido associadas, ao longo do tempo, à feições diversas, recebendo nomes como Pedra da Boca, Pedra da Caveira, Pedra do Coelho, Pedra do Letreiro (pelas pinturas rupestres), entre outras. Não à toa, diversas lendas de castelos, princesas, gigantes, espingardas e botijas de ouro tentam explicar, nas vozes dos nativos, tão magnífica beleza natural.



Segundo professora Alessandra, o Parque está localizado em um importante ecossistema e havia alguns pontos sobre o parque que mereciam atenção especial, tais como o desconhecimento das pessoas da região sobre a importância do parque, sendo mais conhecido por visitantes, inclusive, com erros de localização geográfica, sendo por vezes creditado a outro estado; aumento da visitação sem estratégias de discussão sobre o mesmo, com consequências negativas; turismo religioso forte, bonito, no Santuário de Fátima, mas que impacta a área preservada; sítios arqueológicos, com pinturas de grande importância que, além de estarem praticamente sem estudos, estão sujeitos a uma grande deterioração; e ausência de uma publicação capaz de divulgar as riquezas do parque para um público mais amplo.

Segundo a coordenadora, que divide autoria do livro com Rafael Xavier (Geografia), Marcionila Fernandes (Sociologia) e Caio Silva (biólogo e fotógrafo), ao desenvolver um plano de trabalho que considerou tudo isso, o programa de extensão conseguiu bons resultados. O projeto tem entrevistas com o público das romarias, que pode apoiar intervenções específicas. Foram levados mais de 600 estudantes da região para as rodas de conversa e “aventuras no parque”, com trilhas e escaladas nas rochas, em uma metodologia chamada de reflexão-ação-reflexão. Também foi realizado um ensaio fotográfico sobre o parque, inclusive sobre as pinturas rupestres, apresentando uma análise sobre algumas delas.

Além disso, o projeto aproximou membros da comunidade local para falar sobre sua visão sobre o lugar. O resultado final foi o livro fotográfico que aborda e apresenta boa parte desses aspectos para sociedade, em uma linguagem acessível, uma vez que a riqueza do parque, quando descrita, se restringe ao ambiente acadêmico. Portanto, de acordo com professora Alessandra Brandão, a obra é um tipo de publicação ampla, que se ocupa de vários vários aspectos, se comparada a outras obras mais especializadas sobre a Boca da Pedra, que possuem característica predominantemente acadêmica.

Os exemplares na versão impressa do livro serão doados a escolas públicas de Araruna e outras regiões do Estado. O e-book está sendo organizado e, em breve, será disponibilizado ao público na plataforma da EDUEPB.

Texto e fotos: Equipe do projeto de extensão “Educação Ambiental na Pedra da Boca”

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