Por iG Último Segundo
Mônica Calazans, de 54 anos, é obesa, hipertensa, diabética e atua na linha de frente do combate à Covid-19
Foto: Reprodução/Youtube
Primeira mulher vacinada no Brasil foi uma enfermeira do hospital Emílio Ribas, em São Paulo.
A enfermeira do hospital Emílio Ribas Mônica Calazans recebeu neste domingo (17) a primeira dose da CoronaVac após a aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Mônica trabalha na UTI do hospital de São Paulo e faz parte do grupo de risco da Covid-19. Ela é obesa, hipertensa e diabética. Moradora de Itaquera, na zona leste da capital, ela trabalha em dias alternados, em escala de 12 horas.
Mesmo com comorbidades, em maio, no auge da pandemia, ela decidiu se inscrever para as vagas de enfermagem abertas no regime de CTD (Contrato por Tempo Determinado). E escolheu o Emílio Ribas para trabalhar.
Viúva, ela mora com o filho, de 30 anos. Além disso, ela cuida da mãe, de 72 anos, que vive sozinha em outro imóvel. Cuidadosa, até a agora ela não foi contaminada pelo vírus.
Foto: Divulgação/Governo do Estado de São Paulo
Enfermeira após ser vacinada em São Paulo
Mulher de muitos recomeços, Mônica atuou como auxiliar de enfermagem durante 26 anos e resolveu fazer faculdade já numa fase mais madura. O diploma veio aos 47. "Quem cuida do outro tem que ter determinação e não pode ter medo. É lógico que eu tenho me cuidado muito a pandemia toda. Preciso estar saudável para poder me dedicar. Quem tem um dom de cuidar do outro sabe sentir a dor do outro e jamais o abandona", disse Mônica.
Apesar da rotina intensa e puxada, com o trabalho cada vez mais volumoso nos seus plantões de 12h, ela tenta manter o discurso sempre otimista e o equilíbrio emocional. É na fé e na religiosidade, no entanto, que também se apega para se sentir mais confiante.
"Eu tenho em mente sempre que não posso me abater porque os pacientes precisam de mim, por isso tenho sempre uma palavra de positividade e de que vamos sair dessa situação. O que me ajuda também é o prazer que sinto com o meu trabalho", afirma a enfermeira.
Mônica confessa que os piores momentos são sempre quando sente que o SUS (Sistema Único de Saúde) está operando no limite. Otimista com a vacina, ela acredita que a imunização será essencial para que os brasileiros possam voltar a ter uma vida normal.
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